Reparemos que quando Zod e restante quadrilha chega à Terra, depois da sua prisão ter sido destruída, também eles, de imediato adquirem os poderes típicos do Super-Homem. Sendo que a explicação que o próprio dá é justamente a interacção da fisiologia, vá lá, kriptoniana com a radiação de um "sol" amarelo.
Um comic absolutamente histórico, que, aliás, foi reeditado não há muito em Portugal pela "Devir", "O Regresso do Cavaleiro das Trevas", de Frank Miler, ilustra-o à saciedade.
Aí, o homem de aço desvia uns mísseis nucleares para um deserto onde explodem.
Ficando no cerne da explosão o Super-Homem começa a soçobrar, dado que os efeitos do rebentamento conseguiram bloquear a passagem da Luz solar. Apenas a presença de uma flôr impede que sucumba. De que maneira? Bem, no seu monólogo interior o Super-Homem comunica-nos que a sua mãe (a Terra, uma metáfora que acaba por ser relevante) consegue criar um reservatório de energia solar (refere-se à fotossíntese, digamos) que lhe permite sobreviver.
Uma outra dimensão da questão é o aspecto físico e as capacidades mentais de Clark Kent/Super-Homem. O nosso kriptoniano, apesar de nascido num planeta a anos-luz da Terra, numa outra espécie, tem um aspecto absolutamente humano. Aliás, numa outra narrativa histórica, "O que aconteceu ao Homem do Amanhã", de Alan Moore, o nosso herói, após perder os poderes, termina a sua vida vivendo com Lois Lane, com quem tem um filho. Num linguajar um tanto pretensioso, as diferenças genéticas entre um kriptoniano e uma terrestre não serão suficientes para evitar um filho em comum.
(cont.)