Há algum tempo foi a “Editorial Verbo” adquirida por Paulo Teixeira Pinto e, correspondentemente, inserida num grupo editorial mais alargado, a “Babel”.
Era-me profundamente indiferente à partida esta compra, talvez devidos a certas tendências liberais da minha parte, desde que não afectassem a boa história editorial daquela casa.
No entanto, esta compra, logo na altura teve algumas notícias preocupantes.
Uma foi o desígnio, proclamado pelo próprio senhorio, de que a edição de novos títulos iria ser coordenada com as restantes chancelas da casa mãe. Este desiderato implicaria que existiriam certos critérios que iriam emanar na direcção de modo a limitar a liberdade editorial que se tinha sentido até então naquela casa.
Não se conclua daqui que sempre fui um leitor compulsivo de todas as obras com a chancela da “Verbo”. Os títulos de gastronomia deixavam-me impassível (quanto à comezaina tenho uma postura muito mais prática do que teórica) e quanto aos infantis por, vicissitudes cronológicas, muito lamentadas, já não tenho o devido apetite.
No entanto houve uma mudança quase imediata que me deixou insatisfeito.
A “Verbo” deixou de publicar, como tinha sido seu apanágio até então, o suplemento anual à sua Enciclopédia, surpreendentemente nomeado… “Annualia”…
Ok, o título não era inventivo, mas também não tinha que o ser. Mais, numa publicação ortodoxa a sobriedade será sempre um valor a procurar.
Mas, para lá disso, e para mim pior, a “Verbo” interrompeu a tradução da “Enciclopédia Interdisciplinar de Ciência e Fé”, deixando uma publicação inteiramente manca em que dos 3 volumes que constituem a dita enciclopédia apenas o primeiro foi de facto lançado.
Ora, isto representa não só uma manifestação de uma certa inabilidade como também de um tremendo desrespeito por aqueles que, como eu, compraram o 1º volume aguardando a publicação dos restantes.
Aqui fica, então, a chamada de atenção para os responsáveis de tal grupo editorial para a correcção desta situação.
De pouco importa a acumular de bens em mera quantidade se eles se tornam improdutivos…
Neste caso, de pouco importa a compra de mais e mais marcas se fazemos com que as editoras adquiridas caiam num marasmo que leve a que percam a qualidade que possuíam no primeiro lugar...